Datas EspeciaisAlquimia, paixão e mitos urbanos: as mulheres que estão a mudar a aguardente

Alquimia, paixão e mitos urbanos: as mulheres que estão a mudar a aguardente

grupo de amigas nas caves da adega velha

Estão a mudar a forma como se consome aguardente, contra um paradigma que fermenta há décadas. Qual é o ingrediente secreto destas mulheres?

Com o tempo, até os estereótipos mais enraizados mudam. Se antes o mundo do vinho era composto quase exclusivamente por homens, atualmente há vinhos portugueses criados por enólogas em várias regiões do país. Alguns foram até premiados em prestigiados meios de comunicação e concursos.

Estereótipos como estes sobrevivem até hoje, seja por preconceito, por inércia ou por falta de informação. O próprio nome leva muitos ao engano. A aguardente vínica é muitas vezes confundida com aguardente bagaceira, um produto de sabor mais intenso, tipicamente de qualidade inferior.

Mesmo após vários anos a trabalhar no mundo dos vinhos e aguardentes, há uma pergunta que a Maria continua a ouvir: gostas mesmo de aguardente?

Se lhe perguntassem nos tempos de estudante, o mais provável é que tivesse respondido com um sonoro “não”. Na altura, aguardente era algo antiquado, demasiado intenso para o público feminino, a eleição de “homens de barba rija”.

São cada vez mais as mulheres e novas gerações envolvidas no processo. Desde a viticultura, passando pela enologia, qualidade, marketing, logística, inovação, vendas, enoturismo, o know-how das mulheres e o seu olhar são uma mais-valia (agora) amplamente reconhecida.

Para isso muito contribui o trabalho de pessoas como Isabel Barbosa, Senior Brand Manager da Adega Velha. “Queremos dar um twist a estes mitos urbanos, mostrando que a aguardente pode estar presente de formas diferentes e em momentos de consumo diversos.”

Em algumas fases do processo de produção, a presença das mulheres não é só necessária, mas indispensável. Isto é algo que a Maria Ferreira, Relações Públicas da Aveleda, destaca. “Tipicamente, as mulheres têm um olfato mais apurado que os homens. O aroma a mofo é um dos defeitos mais prejudiciais no vinho e aquele que deve ser identificado o mais prontamente possível. Quem melhor do que as mulheres para o identificar?”

Com mais mulheres envolvidas no processo, veio também uma maior democratização do consumo, em particular da aguardente. Esta bebida muito versátil pode ser apreciada na sua forma mais pura, mas também em formato cocktail e em diferentes momentos de consumo. E já se nota uma diferença na perceção. “Quando vou a um evento, seja familiar ou com amigos, a Adega Velha acompanha-me sempre e é muito bem apreciada.”

Para Maria Ana Gama, Brand Manager na Adega Velha, a aguardente faz parte dos momentos de descontração. “Assim que tive oportunidade de experimentar como ingrediente principal num cocktail, tornou-se das minhas bebidas preferidas. Saborosos, frescos e leves, são cocktails maravilhosos para surpreender os amigos num sunset ou numa almoçarada!”.

Afinal, qual é o ingrediente secreto? Como se conseguem mudar as mentalidades sobre algo tão enraizado como a aguardente, sem perder as raízes que a tornam tão especial? Em parte, trata-se de encontrar o blend perfeito de criatividade e processo, paixão e dedicação. De saber respeitar a tradição, a história, e a mestria, mas sem ter medo de arriscar.

Foi esta combinação que mais surpreendeu Chantal Guilhonato quando se juntou à equipa digital da Adega Velha. “Uma das primeiras memórias que guardo foi quando, pela primeira vez, visitei a adega. Entre cânticos gregorianos e barricas de carvalho francês, foi fácil vivenciar a alquimia do tempo. Continuo, até hoje, fascinada com este lugar.”

Agora, quando olha para uma garrafa, já não vê só uma bebida para apreciar em momentos de prazer. “A cada gole penso na paixão e no tempo que foram necessários para chegar até aí. Quando olho para uma garrafa de Adega Velha, vejo a forma da sua história, a cor da sua criação, os detalhes em tudo o que a envolve.”

Este 8 de março, celebramos o papel extraordinário de todas as mulheres que estão a dar novos horizontes à aguardente, e a abrir portas para muitas outras com o seu exemplo. Na Adega Velha, o saber e a tradição não conhecem idade, género, orientação política ou sexual. As histórias da Maria Ferreira, Maria Ana Gama, Chantal Guilhonato e Isabel Barbosa são únicas, mas na Adega Velha e na Aveleda há muitas outras. Hoje, é dia de brindar a todas. Brindemos com Adega Velha.

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